Cerca de 700 mil novos casos de câncer foram previstos no Brasil para 2024, uma estatística alarmante que nos faz refletir sobre a urgência de medidas preventivas eficazes. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que mais de 45 mil desses casos estariam relacionados ao cólon e reto, outros 17 mil ao colo do útero, e aproximadamente 15 mil seriam diagnosticados na cavidade oral. Contudo, há uma luz no fim do túnel — a vacinação.
A cientista Soraia Attie Calil Jorge, do Laboratório de Biotecnologia Viral do Instituto Butantan, destaca a conexão direta entre a imunização e a redução do risco de cânceres causados por patógenos como o papiloma vírus humano (HPV) e a hepatite B. A não vacinação contra esses vírus pode levar a complicações graves, incluindo o desenvolvimento de cânceres em órgãos vitais como o fígado e o colo do útero.
No Brasil, a realidade é preocupante. Estima-se que mais de 9 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV, com 700 mil novos casos surgindo anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde. Em relação à hepatite B, de 2000 a 2021, quase 265 mil novos casos foram notificados. Esses números ressaltam a importância da vacinação desde a infância.
O Plano Nacional de Imunizações (PNI), reconhecido internacionalmente, estabelece que a primeira dose da vacina contra a hepatite B seja administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. Um esquema composto por três doses é seguido, com intervalos de 30 dias entre a primeira e a segunda, e 180 dias entre a primeira e a terceira. Já a vacina contra o HPV (tetravalente), incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2013, e com cobertura expandida pela vacina disponibilizada na rede privada (nonavalente) é recomendada para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, sendo aplicadas duas doses com um intervalo de seis meses entre elas.
Apesar dessas medidas preventivas, a cobertura vacinal no Brasil está abaixo do desejado. Em 2021, apenas 76% dos bebês foram imunizados contra a hepatite B, e dados preliminares indicam uma queda ainda maior em 2022, com um índice de 75,2%. A meta do Ministério da Saúde é de 95%. No caso da vacina contra o HPV, as taxas de cobertura também estão aquém do esperado, com 77,37% para a primeira dose e 58,29% para a segunda em meninas, e 56,76% e 38,39%, respectivamente, em meninos.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, destaca que o câncer cervical pode ser o primeiro a ser eliminado globalmente. No entanto, esse objetivo só será alcançado com a vacinação de 90% das meninas e jovens em todo o mundo, além de exames regulares para 70% das mulheres. Além disso, é necessário que 90% das mulheres com alguma doença cervical recebam tratamento.
Embora esses objetivos sejam desafiadores, a vacinação é uma ferramenta poderosa na prevenção do câncer e é nosso dever e compromisso trabalhar para superar os obstáculos, o que inclui combater os tabus sobre infecções sexualmente transmitidas com intuito de encorajar as pessoas a tomarem a vacina e garantir um futuro mais saudável para todos.
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